Os cidadãos espartanos se submetiam a um treinamento militar conhecido como agogê (em grego clássico: ἀγωγή).

Como formidáveis, disciplinados, atléticos e corajosos guerreiros, eram obedientes às leis de Esparta, promulgadas pelo legislador Licurgo, em meados do ano 770 a.E.C. Essa legislação determinava um rigoroso regime obrigatório de educação e treinamento imposto a todos os cidadãos do sexo masculino, com exceção dos primogênitos das casas os reis espartanos, os Europôntidas e os Ágidas.

Esse treinamento militar abrangia a tolerância à dor, a caça, dança, canto e preparo social, além de desenvolver o cultivo a lealdade ao grupo. A palavra agogê significa "dependência" em grego antigo, e sua acepção remete a liderança, orientação ou treinamento.

O agogê era imposto aos jovens a partir dos 7 anos de idade e este permanecia no regime até os 21 anos. Quando bebês de sexo masculino nasciam, eram inspecionados pela Gerúsia (grupo de conselheiros anciãos) e se não fossem considerados saudáveis, eram abandonados nas encostas do Monte Taigeto, nas proximidades de Esparta. Os meninos que estivessem aptos, ficavam aos cuidados dos chamados "paidonómos" ou "pastor de meninos" que supervisionavam a educação dos mesmos.

O treinamento era composto de três etapas:
⇒ "Paides" (7 aos 17 anos)
⇒ "Padiskoi" (17 aos 19 anos)
⇒ "Hebontes" (20 aos 29 anos).

Os jovens eram submetidos à dor, lutar por comida, e se necessário, matar. Aos 17 anos eram abandonados na floresta com uma faca ou lança quebrada, tendo que sobreviver por 3 dias e 3 noites.

O agogê desenvolvia guerreiros perfeitos, que baseados nas leis de Licurgo, os espartanos aprendiam que a lealdade ao grupo e a morte no campo de batalha eram as maiores honras que poderiam conquistar, a serviço da pátria. Ainda hoje, esse treinamento espartano é motivo de estudos, por ser considerada a mais "aterrorizante" e longa preparação militar já existente.

Sem sombra de dúvidas, o agogê é uma inspiração pelo rigoroso sistema de lealdade, seu vigor nos treinamentos físicos, mas também, a preocupação com o seu companheiro de guerra.

Tudo isso retrata a perfeita frase da esposa do rei Leônidas, a rainha Gorgo de Esparta: "Nós espartanas somos as únicas mulheres na Grécia que damos à luz a homens de verdade".

ΜΟΛΩΝ ΛΑΒΕ

Colunista ▪ Filipe Bueno

Paulista, bodybuilder e espartano moderno. Um entusiasmado admirador de tudo que envolve a Grécia, principalmente a história, mitologia, filosofia de vida e os estrategistas/guerreiros gregos. Esteve em visita ao país no ano de 2019, levando grandes recordações.

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