Com certeza você já ouviu a sua mãe, avó ou qualquer outro familiar de mais idade reclamando para não abrir o guarda chuva dentro de casa, não apontar o dedo para uma estrela, pedir para desvirar o chinelo ou alertando para não passar embaixo de uma escada. Essas superstições ainda são muito comuns no Brasil.
Mas esses costumes não são uma exclusividade do nosso país. As crendices populares estão espalhadas ao redor do mundo e cada povo possui as suas crenças e superstições. Em algumas nações a população é mais supersticiosa do que em outras. O conteúdo também varia, podendo ser desde uma simples mania até chegar a alguns hábitos bem extravagantes, e porque não dizer, bizarros.
E com os gregos não teria porque ser diferente. Por ser um povo que possui uma história longa e com uma rica bagagem cultural, alguns hábitos continuam a ser repassados de geração em geração, mantendo alguns resquícios de suas antigas tradições. Algumas dessas superstições gregas podem nos soar bastante excêntricas. Mas esse critério é muito subjetivo, pois talvez, eles também podem considerar os nossos hábitos um pouco diferente.
Mas separamos algumas dessas superstições praticadas ainda hoje pelos gregos e deixaremos nas mãos de você leitor, avaliar se são incomuns ou não.
Muitas casas gregas possuem pelo menos um vaso de cacto ao lado da porta de entrada. De acordo com a crença popular no país, os espinhos do cacto prendem os maus espíritos e protege a casa de má sorte.
Há um costume de não se deixar a tesoura aberta após o uso. A partir do momento que você não fecha a tesoura, fica sujeito a discussões ou que falem mau de você.
Quando duas pessoas dizem, sem querer, a mesma coisa e ao mesmo tempo, de imediato elas mencionam uma para a outra a expressão "Πιάσε Κόκκινο" (Piáse Kókkino), cuja tradução é "tocar o vermelho". Em seguida, tocam qualquer objeto próximo que seja dessa cor. Acredita-se que ao falarem a mesma coisa juntos e não tocarem algo vermelho, pode ser um prenúncio de que ambos discutirão ou mesmo brigarão.
Muitos habitantes da Grécia, principalmente os moradores das ilhas, acreditam que ossos de morcego trazem boa sorte. Alguns inclusive, carregam junto a si fragmentos dos ossinhos como amuleto. Mas de nada adiantará matar o morcego, pois sacrificar o bichinho trará uma grande má sorte.
Diferentemente do Brasil, o dia do azar na Grécia cai em uma terça-feira 13. Existem muitos casos em que os comerciantes nem se atrevem a abrir suas lojas nessas datas. Para os gregos, o 13 é um número de sorte, exceto quando esse dia cai em uma terça-feira.
O olho grego ou também chamado de olho turco, é um amuleto conhecido mundialmente e muito difundido no Brasil. Sua função é proteger do mau-olhado e da inveja. Acredita-se que a cor azul do talismã tem o poder de afastar o olho gordo.
Outro amuleto considerado poderoso entre os gregos é o alho. Além de ser um delicioso ingrediente da culinária do país, acredita-se que tem o poder de afastar o mau. Algumas pessoas não saem de casa sem uma cabeça de alho no bolso.
As carteiras dos gregos sempre tem algum dinheiro, já que a crença comum é de que dinheiro atrai mais dinheiro.
Derrubar acidentalmente um pouco de café no chão, é presságio de recebimento de dinheiro. Mas se o café formar uma bolha, significa mau-olhado.
Entre os gregos, os corvos não são vistos com bons olhos, já que são mensageiros de más notícias. Dessa forma, quando um corvo é avistado o costume é espantar a ave e ao mesmo tempo pronunciar "Στο καλό, Στο καλό, καλά νέα θα μου φέρεις" (Sto kaló, sto kaló, kalá néa tha mou féreis) cuja tradução é "vá para o bem, vá para o bem, boas notícias você me trará", para dessa forma enxotar o mau agouro.
Segundo a crença popular, cuspir espanta o diabo e as energias ruins. Dessa forma, quando alguém recebe notícias ruins, costuma-se dar três cuspidas. O mesmo ocorre quando um bebê, uma criança ou um adulto é elogiado, a pessoa enaltecida é levemente cuspida por três vezes. Além disso, quando duas pessoas que se prezam se encontram, elas se cospem como um rito de proteção. Mas não se trata de um ato que chega a molhar, sendo mais uma movimentação da boca com uma quase inexistente cuspida.
Os pescadores gregos tem o hábito de cuspir em suas redes antes de baixá-las na água. Essa prática tem como finalidade afastar o mau e proporcionar um bom dia de pesca.
Se esses costumes são ou não estranhos ou se essas práticas realmente funcionam, não nos cabe julgar, até porque no Brasil alguns hábitos também são um pouco excêntricos. Mas é como diz o nosso velho ditado, cada louco com a sua mania!